Cachorro percorre 12 km para dar adeus ao tutor: o que aconteceu e como agir

Cachorro percorre 12 km para dar adeus ao tutor: o que aconteceu e como agir

A cena foi simples e brutal: um vira-lata caramelo, Nick, entrou no velório, farejou o caixão e deitou ao lado. Tinha caminhado cerca de 12 quilômetros, do sítio da família até o centro de Ipuiúna (MG). Não havia coleira, nem escolta. Só direção. E luto. A cidade parou. Quem estava lá garante: ninguém “romantizou” nada — só testemunhou. Globoplay

O caso ganhou manchetes no início de setembro de 2025. A EPTV, afiliada da Globo no Sul de Minas, exibiu a reportagem; veículos como Correio Braziliense, Diário do Nordeste e Correio 24 Horas replicaram com detalhes: o tutor, Claudemir Cândido Luiz (“Marola”), 45 anos, morreu de infarto em agosto; no dia seguinte, Nick apareceu sozinho no velório. Correio 24 Horas

Nick, vira-lata de Ipuiúna (MG), caminhou ~12 km até o velório do tutor e comoveu a cidade. Entenda o que houve, o que a ciência já sabe sobre luto em cães e como a comunidade pode ajudar — sem exagero, sem mito. Globoplay

O que sabemos, sem firula

Há confirmação audiovisual do trajeto e da presença de Nick no velório. A família relatou que ele estava abatido, abanou o rabo, deitou ao lado do caixão e chorou. “Ele demonstrou o verdadeiro amor”, disse Kátia Luiz, cunhada de Marola. Melhor dizendo, o que vimos foi vínculo — forte o suficiente pra orientar um cão por 12 km de estrada rural até um salão iluminado. Rádio Cultura

“Cachorro percorre 12 km”: o dado e o contexto

A distância impressiona, mas não é sobrenatural. Cães saudáveis percorrem longas distâncias guiados por rotas olfativas e pistas ambientais — e sim, podem associar locais a pessoas. O ponto aqui não é “milagre”; é apego. O Brasil, aliás, é potência canina: temos ~62,2 milhões de cães e mais de 160 milhões de pets no total. Tradução: histórias assim repercutem porque tocam muita gente. Senado Federal

Luto em cães: o que a ciência já mediu (e o que é projeção nossa)

Vamos direto: cães “sentem luto” como humanos? Termo carregado. Mas há evidências de mudanças comportamentais após perdas. Um estudo na Scientific Reports (Nature, 2022) analisou 426 tutores e achou aumento de busca por atenção, menos brincadeiras e apetite reduzido em cães que perderam um companheiro — sinais que duraram de dois a seis meses em boa parte dos casos. Não prova “dor psicológica” nos nossos termos, mas indica um padrão consistente. Correio Braziliense

Também há um detalhe incômodo: parte do que vemos pode ser a nossa dor espelhada neles. O próprio artigo aponta correlação entre o sofrimento do tutor e os relatos sobre o cão sobrevivente. Ou seja: observe, registre, trate — sem projetar. Difícil? Bastante. Necessário? Mais ainda. Nature

Mini-caso: Ipuiúna, MG — o que a comunidade fez (e poderia fazer melhor)

No velório de Marola, ninguém afastou Nick. Deram espaço. Houve contato breve, supervisão e pronto. Ético, simples. O ideal, nas horas seguintes: avaliação veterinária básica (hidratação, patinhas/calos após a caminhada), verificação de identificação (placa, microchip), e decisão de guarda com a família — nada de “adotar no impulso” porque viralizou. É comum? Mais do que você imagina. E dá trabalho fazer direito, mas é o certo. Globoplay

Como agir quando um cão perde seu humano (ou parceiro de casa)

Primeiro, rotina. Alimentação nos mesmos horários, passeios mais curtos e frequentes. Segundo, enriquecimento ambiental — brinquedos com recompensa, mantas com cheiro familiar. Terceiro, monitoramento: perda de apetite por mais de 48–72 horas, apatia profunda, automutilação ou vocalização constante pedem veterinário e, se preciso, comportamentalista. Não existe fórmula mágica, existe acompanhamento. Dados ajudam: na literatura, 86% dos tutores relataram alguma mudança de comportamento pós-perda; não ignore. Nature

Por que essa história viralizou — além da fofura

Porque é humana até o osso. Um trabalhador rural, um cachorro, uma cidade pequena. Sem filtros. E porque o Brasil é um país onde o mercado pet movimentou R$ 75,4 bilhões em 2024 — há um ecossistema inteiro atento a narrativas que reforçam vínculo e cuidado responsável. Cabe aos comunicadores cobrir sem sensacionalismo, linkar direito, checar nomes e datas, e lembrar que depois da emoção vem a logística: quem cuida do Nick amanhã? Abinpet

cachorro percorre 12 km até o velório do tutor em Ipuiúna; caso real, documentado, comovente. Ciência aponta mudanças comportamentais em cães após perdas; comunidade deve acolher sem espetáculo e agir com protocolo: rotina, avaliação veterinária e definição de guarda.

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